
Motorista que atropelou ciclistas em SP não freou e estava a quase 90km/h
O motorista MENTIU!!!
VIA: CBN POR TALIS MAURÍCIO (talis.mauricio@cbn.com.br)
Quase um ano após o acidente que matou três ciclistas na Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo, ninguém foi responsabilizado pela tragédia. A CBN teve acesso ao sistema de monitoramento por câmeras do ônibus que atropelou as vítimas. As imagens, obtidas com exclusividade, revelam uma versão diferente da apresentada pelo motorista em depoimento à polícia.
A manhã do dia 26 de janeiro de 2019 nunca será esquecida por cerca de 30 ciclistas que seguiam pela Rodovia dos Bandeirantes. No quilômetro 17, quase na chegada a São Paulo, o grupo foi atropelado por um ônibus de viagem.
“Eu fui uma das vítimas. Uma das últimas que ele atropelou. Eu cai atrás da roda do ônibus. Por algum motivo o ônibus não passou em cima de mim, só em cima da bicicleta. Qualquer erro mínimo, né, destrói a vida da gente”, afirmou a funcionária pública Alethea Tachinardi, que sobreviveu. Não tiveram a mesma sorte Raphael Santos de Miranda, Elvis Julio Marcioli e Keila Blumen. Ao menos outros cinco ciclistas ficaram feridos, num dos acidentes mais graves do ano envolvendo ciclistas.
Na delegacia, o motorista do ônibus, José Luiz do Carmo, disse em depoimento que estava na segunda faixa de rolamento da rodovia e que o pelotão, “abruptamente”, saiu do acostamento e invadiu a faixa dele, batendo “lateralmente” com o veículo. Naquele mesmo dia, a versão foi confirmada pelo advogado da Viação Danúbio Azul, Antonio Carlos Colo:
“Ele estava na faixa normal de rolamento. Quando foi avistado o grupo, o motorista já foi para a outra faixa de rolamento, para a segunda faixa. O bolo de ciclistas abriu e vieram para frente do ônibus.”
As imagens do acidente, no entanto, são diferentes. Com exclusividade, a reportagem da CBN teve acesso ao sistema de monitoramento por câmeras do ônibus. No vídeo, é possível visualizar que o veículo estava na primeira faixa, ao lado do acostamento. A pelo menos 200 metros de distância, o motorista avista o pelotão já na mesma pista, desviando de um carro de passeio que estava no acostamento. A velocidade do ônibus é de 90 km/h. O condutor, então, continua em alta velocidade e, sem esboçar nenhuma reação, parecendo não notar o que estava para acontecer, atinge os ciclistas em cheio, por trás, a 87 km/h.
PARA VER O VÍDEO, COPIE O LINK E COLE NO SEU NAVEGADOR: https://www.facebook.com/radiocbn/videos/373468103432902/
“Ele não está olhando pra frente. Ele não está segurando o volante. Ele inicia o atropelamento a 87 km/h e mantém o atropelamento por 87 km/h. Ele não reduz, ele não freia porque ele não viu o que estava acontecendo. Ele estava atento descascando, eu suponho, uma bala com papel grudado, e ele estava lá distraído com a bala. Então, assim, as imagens do vídeo são bem fortes no sentido de mostrar que houve negligência do motorista”, afirma Alethea Tachinardi.
O advogado Antonio Carlos Colo mantém a versão do motorista e afirma que não era possível evitar o acidente:
“Não teve problema mecânico e o motorista estava em ótimas condições físicas. Não é que ele não viu os ciclistas, ele não teve como evitar. Ele teria que tentar diminuir para jogar para a esquerda. Essa é a única dúvida se ele tinha essa possibilidade ou não de fazer.”
A Polícia Civil investiga o caso. Até o momento, ninguém foi responsabilizado pelo acidente. O motorista do ônibus responde pelo crime de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, em liberdade.
Eu e um amigo fomos ultrapassados por este pelotão logo após sairmos da casa da Pamonha, hoje fechada.. A imagem que tivemos minutos após, no local do acidente, foi a mais triste que presenciei na minha vida de ciclista. Perguntamos às autoridades se era possível ajudar e disseram que não, até então não sabíamos de mortes, quando chegamos à bicicletaria Pirituba Bike, começamos a receber as notícias. Durante o pedal fomos postando fotos e vídeos, alegres por poder desfrutar da vida… vida de amigos ciclistas que foi ceifada por este motorista inconsequente., irresponsável…
Fazer ciclismo de estrada em nosso país só pode ser considerado esporte radical.
Pior que escalada vertical. Pois o risco não é vc que administra.